RIGGING - Operações com Guindastes


Quando é necessário o plano de Rigging?

As empresas contratantes de serviços envolvendo içamento de cargas com guindastes encontram, em geral, certas dificuldades em estabelecer parâmetros e critérios técnicos que possam justificar a necessidade de um plano de rigging para esta tarefa. Tais dificuldades independem da natureza do serviço, que pode ser um simples descarregamento de caminhão ou até mesmo uma operação complexa, envolvendo a mobilização de mais de um guindaste e com elevado grau de risco.

O planejamento do serviço tem a sua importância, pois, além de possibilitar a seleção do equipamento mais adequado e da melhor estratégia de içamento, também fornece dados que servem para a compra de suprimentos como materiais necessários à mobilização e preparação da máquina e acessórios, de forma a se evitar imprevistos, retrabalho e estabelecendo parâmetros de segurança operacional.

O plano de rigging deve ser elaborado por um profissional capacitado, incluindo a memória de cálculo, os projetos de dispositivos, os desenhos demonstrativos de todas as fases de içamento, as posições mais críticas e as folgas previstas em relação as interferências. Nele deve constar, de forma imprescindível, as seguintes informações técnicas:


Configuração do guindaste: lança, raio de operação, tipo de moitão, passadas de cabo, contrapesos, posicionamento das sapatas jib e etc.Capacidade bruta do guindaste: conforme valores das tabelas de cargas e digrama de içamento do guindaste

Velocidade do vento: máxima permitida para operação do guindaste com carga. este cálculo é feito através de uma tabela padrão no qual se classifica determinados tipos de designação do vento como: vento parado, aragem, brisa e etc; e normalmente demarcado no plano como beaufort; nome dado ao tipo de vento da tabela de velocidade através de classificação por números, ex.: Beaufort 6 é designado como Vento leve e atua entre 10,8 e 13,8 m/s ou 39 e 49 km/h

força na sapata: força máxima atuando na sapata do guindaste com mais esforço,onde, o guindaste em operação transmite forças consideráveis ao solo, através das sapatas, originadas pelo peso do guindaste, do contrapeso adicinal e pela carga bruta, uma vez determinada a força aplicada na sapata e a resistência do solo, o rigger pode então calcular a área de suporte que deve ser construida para a operação. É fundamental que sempre se considere as medidadas da sapata mais próxima ao centro de giro do guindaste, caso o peso do guindaste não seja conhecido através do catálogo do fabricante adotar o seguinte cálculo: P= NE X 12,00 t (onde P (Peso do guindaste), NE (número de eixos) e 12,00 é o valor brasileiro atribuido à tonelagem de carga exercida por eixo em veículos rodoviários pesados.

Porcentagem de utilização do guindaste: classificação em porcentagem da utilização do guindaste na operação em questão; para se fazer este cálculo basta utilizar a seguinte fórmula: CGB / CPB x 100 = Carga bruta, dividido pela Capacidade bruta x 100. assim se obtem um valor numerico em porcentagem de utilização do guindaste, que deve ser respeitado principalmente contra a limitação do fabricante, do LMI do guindaste e normas ISO e DIN.

Layout completo da operação: desenho técnico feito à mão ou através de softwares como o Autocad da Autodesk, impresso em folhas tipo A1, implementando no desenho o equipamento bem como seus acessórios, interferências e sua carga, normalmente se faz o plano de rigging com o desenho em perfil e topo, podendo variar em alguns casos, hoje em dia já se aplica e desenvolve-se planos de rigging em 3D digitalmente.

Relação de eslingas e acessórios com detalhes da montagem das amarrações, tipos de cintas e cabos, dimensionando-as e estabelecendo os tipos de terminais adaptáveis a acessórios complementares como manilhas.

Identificação do guindaste: Marca, modelo, capacidade nominal e série; é fundamental a escolha correta do equipamento pois este é o mentor da operação e é fundamental que seja estabelecido com conhecimento técnico.


Recomenda-se ainda a visitar o local da operação, para que se possa verificar as condições previstas durante a operação, tendo em vista a dinâmica da obra. O plano de rigging deve ser inserido na proposta técnica da empresa prestadora de serviços, a qual servirá para analise quanto à segurança e relação custo / benefício, possibilitando uma contratação comercial adequada.Algumas empresas exigem a elaboração do plano somente para a movimentação de cargas acima de certo peso, ou então conforme o bom senso ou avaliação subjetiva do profissional contratante.

No histórico de acidentes com operação de guindastes, entretanto encontramos muitas ocorrências envolvendo máquinas de grande porte para o içamento de cargas relativamente pequenas,Nesse sentido, os profissionais envolvidos devem formalizar uma avaliação técnica da operação levando em conta vários fatores que implicam certo grau de risco, tais como:Peso da carga, Volume da carga, Geometria da carga, Altura do içamento, valor da carga, Interferências na operação (Linhas de energia elétrica, pipe-racks, edificações e etc.), complexidade da operação (numero de fases envolvidas, de guindastes e etc.)

Esta relação de itens pode ser adaptada e ampliada, conforme o perfil e a política de segurança da empresa, adotando-se uma nota para cada um deles conforme sua grandeza. A somatória final das notas servirá para determinar a necessidade ou não de elaborar um plano operacional. Tais procedimentos representam uma tentativa de formalizar uma avaliação técnica baseada e parâmetros controláveis, substituindo os impasses gerados por decisões pessoais, ta comuns atualmente nestes tipos de serviços.